Meu Perfeito Coração
Homenagem a ti "Meu Perfeito Coração", palmo e meio de gente, por tudo o que sem te aperceberes, me tens ensinado...
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Inquietações
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Imperdível
domingo, 6 de março de 2011
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Enlevo...
As notas soltam-se, no inicio, inseguras. Depois, com firmeza, libertam-se cada vez mais altas preenchendo o silêncio com uma alegre melodia. Os olhos seguem a pauta, antecipando as notas; os seus dedos percorrem as teclas do piano alegremente ao mesmo tempo que um sorriso lhe ilumina o rosto, numa crescente satisfação. O “Hino da Alegria” (9ª Sinfonia de Beethoven) ecoa pelo espaço, atravessa as paredes materializando-se num arrepio que percorre os braços, a espinha, invade o peito, o corpo, o espírito, paralisando os pensamentos, os movimentos…o tempo…
Quando termina, preciso de alguns segundos para voltar à realidade, abrir os olhos, despegar-me daquele êxtase para o qual me deixei levar…
Os nossos olhares cruzam-se. Não lhe distingo bem a expressão. Tenho a visão turva, mas sei que espera uma reacção.
- Gostaste?
- Lindo! Podes tocar outra vez?
Fecho os olhos e de novo, deixo-me ir.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Tudo a seu tempo
Em vez de engatinhar para a frente como se espera de um bebé, ele só engatinhava em marcha atrás, o que nunca o impediu de chegar aonde queria. Aos treze meses iniciava a marcha normalmente.
A fralda, largou-a definitivamente um mês antes do seu terceiro aniversário.
Em conversa com as minhas colegas em que elas contavam alegremente as “saídas” dos seus rebentos, (naquela idade em que tudo o que eles dizem tem muita graça) eu comentava que o meu filho nunca me contava nada. Ríamo-nos, cumplices… Não podia, pois aos três anos não articulava uma palavra. Contudo, passados quatro meses do seu aniversário começou a falar, expressando um discurso coerente e bastante diversificado.
Em relação à linguagem, sempre achei curiosa a forma como enriquecia o seu vocabulário. Quando escutava determinada palavra cujo significado desconhecia, perguntava-nos o que queria dizer. Explicávamos-lhe e ele ficava satisfeito. Julgo que processava e arquivava a informação. Passado algum tempo, às vezes tanto, que já nem nos lembrávamos, no decorrer de uma conversa, em que o contexto proporcionava, ele introduzia uma palavra nova.
Tem sido sempre assim. Põe em prática as competências estipuladas pelos especialistas para determinada idade, não quando nós achamos que as deve por, mas sim quando sente que está preparado para as demonstrar sem risco de falhar (se não o acompanhasse em praticamente todas as horas livres, suspeitaria que as treina em segredo).
Por isso, compreendemos que só aos nove anos se sinta à vontade para “desbravar” certos caminhos, que para uma criança dita “normal”, se iniciam mais cedo.